Começou o ano lectivo à pouco mais de uma semana, e hoje ao passar na cidade universitária avistei um sem número de caloiros e veteranos que faziam as delicias de quem por ali passava com as ditas praxes académicas, e foi assim que me nasceu este post de hoje...praxes académicas e logo me lembrei de uma das minhas aulas de sociologia...
Sabe-se que desde sempre, em todas as sociedades primitivas, em determinado momento da vida dos seus membros eram marcados por cerimónias consideradas especiais, as quais eram conhecidas como ritos de passagem ou iniciação.
A importância destas cerimónias era conhecida não só porque representavam uma transição particular para o individuo, mas sobretudo porque representavam aceitação perante a sociedade em que se inseria.
Por norma, a primeira dessas cerimónias era praticada no ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento. Esse rito consistia em apresentar o recém-nascido aos seus antecedentes directos.
Até à altura da morte eram diversas estas cerimónias/ritos de passagem, sendo que a maioria delas se registavam até à idade adulta como por exemplo: no caso das raparigas, era celebrada a chegada da primeira mentrução e no caso dos rapazes, era celebrada a primeira caçada e o primeiro abate. Ambas estavam ligadas ao derramamento do sangue, nesta altura o membro em questão (rapariga/rapaz) para a tribo passavam a ser considerados membros produtivos.
Também a nossa sociedade está repleta destas cerimónias/ritos de passagem, tais como o baptismo, o casamento, a festa dos 18 anos entre outras. Muito embora estas cerimónias nos dias de hoje não sejam entendidas como ritos de passagem, mas sim como um compromisso social.
Também as paxes académicas não são mais do que ritos de passagem, simbólicamente marcam a saída do Mundo secundário e a entrada no Mundo universitário, ritos de passagem que servem de iniciação e aceitação dos caloiros por parte dos veteranos, aceitação num novo grupo social. Simbólicamente, são um marco para uma nova etapa da vida.
Portanto caloiros, recebam de boa vontade este rito de passagem as PAXES, e veteranos sejam simpáticos e não aproveitem para abusar dos caloiros.
BOAS PRAXES!!!
Lisboa, 20 de Setembro de 2007
O dia amanheceu envolto numa neblenia, olho o rio e nada vejo...apenas a imensidão do nevoeiro. Respiro e sinto e aroma fresco da manhã. Faço-me ao caminho para mais um dia de trabalho. Carro, comboio, autocarro. Neste último perco-me em pensamentos enquanto observo as conversas soltas de quem inicia uma nova etapa da vida.
Observo uma pequena que acompanhada com a sua mãe conversa de forma euforica e animada, contando as recentes novidades de quem à pouco entrou na escola. Aqueles olhos grandes e pretos que cintilam a cada palavra dita...aquela mochila pesada que transporta negando sempre ajuda, por forma a mostrar que já não é uma criança...
...da janela vejo passar um grupo de adolescentes, que também eles transportam o seu material enquanto caminham até aos seus destinos...mais uma paragem...novos passageiros, um grupo de caloiras que se atropelam enquanto falam, tal é emoção para contar às outras as "aventuras" das praxes...entre tanta movimentação e vozes diversas deixo-me levar no tempo, e viajo até ao passado, o meu passado, e revivo cada um desses momentos que nos marcam, cada etapa académica porque passamos, cada momento, os meus momentos...a primária, a secundária, a faculdade, as novas escolas, os novos colegas, os antigos colegas, as notas, o stress, as festas, os bons momentos, os maus momentos, os professores, as conquistas, as derrotas...anos que passaram...nova paragem, e chego ao destino!
Dia 13 de Setembro, o dia amanheceu bem cedo para mim. A alvorada foi dada às 5:30m da manhã. Depois da rotina habitual da manhã, foi hora de nos fazermos à estrada, devia ter decorrido cerca de 1 hora desda dita alvorada. Destino - Algarve - para um fim-de-semana antecipado.
Fizemo-nos à estrada sob um amanhecer de um dia que se fazia sentir húmido e com uma brisa fresca da estação que cedo se avizinha...rolamos km's pela a A2, espantando o sono (que teimava existir) com qualquer assunto que nos surgisse na mente.
O sol tentava romper por entre nuvens e por entre um espesso nevoeiro, que tornava a linha do horizonte diante dos meus olhos, não parecer mais do que uma paisagem pintada com as mais lindas aguarelas. Ainda tentei registar aquele momento, mas tardei a disparar a máquina e não consegui...apenas a registei no meu pensamento.
Armação de Pêra, chegamos ao primeiro destino, pouco passava das 8 da manhã. Até perto das 12h vaguei por construções inacabadas...motivo - o trabalho!
Posto isto, lá nos fizemos à estrada uma vez mais até Ferragudo, ou "Ferragûdos" a algarvio, como dizia a minha irmã, que já nos esperava com o almoço mais por fazer do que feito...e por lá fiquei até sábado, entre Portimão e Ferragudo, entre as praias e os bares da moda...foram uns diazinhos bem passados, num sitio que serviu como fuga ao stress do dia-a-dia.
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